segunda-feira, 16 de março de 2009

Tempos da Crise III

Por mais que parecesse estranho, eu me vi apanhando e sendo espancado sem que pudesse gritar, pois voz não havia.
Um estranho chegou até mim e perguntou por um nome. Eu não conhecia e, mesmo que conhecesse, não conseguiria dizer.
De repente, sem explicar nada me enfiaram em um furgão e sairam correndo.
Não vi mais nada, lembro que acordei numa cama com a roupa trocada. Havia tomado banho.
Meus amigos afirmaram que fui encontrado jogado em uma vala, sem roupa e todo machucado. Duas balas de uma magnun 3.57 haviam sido encontradas em minhas costas, ou seja, tentaram me matar.
Não era sem razão, varias ameaças havia sofrido após ter dito em voz alta apoiar os subversivos (como éramos chamados). Mas, aquele miserável e traíra, fingiu ser um amigo, questiono-me o tempo que ele esteve infiltrado no movimento para poder chegar até mim.
Que droga será possível que mais pessoas conseguiriam ser tão passíveis e cegas diante do mal enorme que o Imperialismo Norte-Americana e a Ditadura estava fazendo ao Brasil e à América Latina?
Eu estava cansado, quase morto e tinha que me transformar uma incógnita, sem nome, sem lenço e sem documento, conforme diria um cantor não muito famoso da época.

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