sexta-feira, 30 de julho de 2010

Que seja:

É o mal necessário.
Simples tal qual sua beleza.
Alucina este otário,
que lhe diz com certeza:

É o vento refrescante
passando na tarde quente.
Tem uma cor brilhante
e um humor intermitente.

É o sorriso do bom dia.
Acordando seus pares.
Traz amor e alegria.
A quem merece seus olhares.

É o doce feito mel.
Satisfaz a alma e o coração.
Quando quer, é amarga como o fel,
depende muito, mesmo, da situação.

É o caminho e o condutor.
levando a mão aos nossos ombros.
que com um movimento sedutor,
incendeia nossos sonhos.

É a poesia bem escrita.
tanto quanto música aos ouvidos.
Ou o vídeo em que evita,
Ter seus segredos lidos.

É linda, mas não tem nome,
é comum e é normal.
É só mais uma que consome,
o meu velho conceito de moral.

domingo, 25 de julho de 2010

Requiem

Devia ser como o frio, tão suave passa pela parede.
Ou o suor, que de tão quente se faz refresco.
Mesmo que fosse um rio, com sua agua matando a sede.
Seja então o vento, que refresca sendo frio e seco.

Quando dizem pesadelo, pensam em sonhos inacabados.
Pensam que sonhos são meros caprichos celestiais.
O que nem imaginam é que somos seres inanimados.
Frutos de uma brincadeira dos anjos cardeais.

E quero correr, mesmo com minhas pernas presas ao chão.
Sentindo seu cheiro leve e tenro, pluma cele e azul;
Não sou nada além um homem, seu cachorro e colchão.
Minto, perco e caio, sou pretenso e típico morador do sul.

E tanto são os tempos que demoram a custar.
Custando tanto cento que milhares vêm para festa.
Quão frenético é o sentimento daqueles que dizem sem pensar:
O mundo é mesmo uma grande cesta.

Creio que não há mais razão para solfejos em Dó de si,
Serão tolos seus irmãos em pensar que poderiam ser alguém?
Pois bem sabem que de nada vale todo este frenesi,
Uma vez que parecem um bando, tocando um Requiem?

Realmente, são cânticos funestos, sem amor ao próximo,
Mas, diria Adriana, eu canto para quem?
E correria da janela do quarto até a janela do andar máximo.
Veria Frida e Almodovar, imitados por mais de cem.

Já é tarde, pense se deveria dormir.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Resolução

Não quero mais discutir relação
Nem me importar com sua menstruação
Não quero mais passar medo
Com você na direção
Olha o caminhão!!!

Já me cansei de bancar o machão
Eu vou mudar minha programação
Vou ver "Sex and the city"
E depois vou correr pro salão,
Fazer pé e mão...

Eu quero alguém assim como eu
E que me dê o que você não me deu
Não quero mais Julieta
A moda agora é um tipo de Romeu...

Vou namorar um traveco
Agora a fila andou
Eu até ganho um amigo
Joga bola comigo
Ainda pega no gol

Pode falar, não me importo
Com o que venha depois
Se eu ligo meu Playstation
Ele me pede com jeito pra ser o player 2

Ele é melhor que você que nunca atendeu o que eu pedia
Na falta de outro orifício
Não faz sacrifício, no forébis todo dia...

quarta-feira, 7 de julho de 2010

"Um sonho penoso com sensação de opressão torácica e dispnéia, terminando por um despertar sobressaltado ou agitado e com ansiedade:

    Ultimamente, nós estavamos até gritando de alegria quando eu acordei de um pesadelo. Parecia que o dia era tão azul, que o sofrimento alheio era motivo de graça. Corri ao seu encontro e, em seu abraço apertado, encontrei espaço para respirar. Mesmo que tudo vibrasse ao meu redor, naquele instante, que nunca mais haveria de existir, eu flutuei.
    Tropecei em uma pedra, que desatenta, ocupava um vazio em meu caminho. Pensei: "Ela deveria estar ali.". Afinal de contas, como dizem por aí, nada acontece por acaso, não seria agora, que o acaso passaria a ser motivo. Ouço suas pernas batendo em minha frente, seus braços apertados junto ao peito e seus dentes que quase quebram ao se chocar.
    Eu levantei as cadeiras, colocando-as sobre a mesa: decidi que era hora de limpar a casa. Você sorriu, dizendo que eu parecia assustado, que o meu medo transparecia como suor, escorrendo pela minha pele manchada pelo sol. E quanto mais eu enxugava, mais molhado ficava.
    Comecei a correr feito um desesperado, acreditando que tinha folego para tanto, mal sabendo que na próxima quadra perderia completamente a capacidade de respirar. E foi assim, como um momento, tudo ficou "blue" e eu caí. Caí como jamais havia acontecido, do alto de toda minha prepotência, consegui o que nunca poderia ter: o desânimo travestido de humildade que contempla a face de um fracassado.
    E caí, caí desesperadamente tentando agarrar-me aos seus pés, que já ultrapassavam a barreira do chão que se abria e me engolia, me engolia feito a fome que se mata a garfadas. Não que houvesse para onde ir, afinal naquele azul todo, não podia saber se era céu ou mar, ou seus afins. Pedia que ao inferno não chegasse, pois minha lua de mel acabou porque eu não sabia argumentar.
    Por mais engraçado que fosse minha situação, eu não percebia a menor graça, pois parece insano um mar ser céu transformado em inferno, mas se tudo passa, então não há razão para pensar diferente. E no meio destes pensamentos sem o menor sentido, eu gritava almejando ajuda, mas quando via uma mão, esta era para me empurrar.
    Fiquei diversos dias implorando acordar, mas quanto mais tempo passava nesse impasse, mais percebia que não era um sonho, quem sabe até um pesadelo; vivia acordado."

domingo, 4 de julho de 2010

Que pecado.

Até se um menino eu pagasse para ficar no meu lugar.
Ou seja, não é mais do que um mero capricho...
Solto, ele corre sem ter onde chegar.
Sorrindo moleque sabicho.

E até claustrofóbico o meio medo de ser alguém,
alguém que você espera que eu seja.
Alguém que você veja,
Ou não seja ninguém.

Mesmo que tudo se torne impossível de ver,
ou caio sendo mais um sem ser,
o pensador até pensa em escrever.
Mas, eu acordo e chuto tudo para o alto.

E de gírias ele te descreve, sendo mais um.
Não que seja fácil, mais é melhor que nada.
Pô meu, sai de fino, que baguio tá doido.