domingo, 25 de julho de 2010

Requiem

Devia ser como o frio, tão suave passa pela parede.
Ou o suor, que de tão quente se faz refresco.
Mesmo que fosse um rio, com sua agua matando a sede.
Seja então o vento, que refresca sendo frio e seco.

Quando dizem pesadelo, pensam em sonhos inacabados.
Pensam que sonhos são meros caprichos celestiais.
O que nem imaginam é que somos seres inanimados.
Frutos de uma brincadeira dos anjos cardeais.

E quero correr, mesmo com minhas pernas presas ao chão.
Sentindo seu cheiro leve e tenro, pluma cele e azul;
Não sou nada além um homem, seu cachorro e colchão.
Minto, perco e caio, sou pretenso e típico morador do sul.

E tanto são os tempos que demoram a custar.
Custando tanto cento que milhares vêm para festa.
Quão frenético é o sentimento daqueles que dizem sem pensar:
O mundo é mesmo uma grande cesta.

Creio que não há mais razão para solfejos em Dó de si,
Serão tolos seus irmãos em pensar que poderiam ser alguém?
Pois bem sabem que de nada vale todo este frenesi,
Uma vez que parecem um bando, tocando um Requiem?

Realmente, são cânticos funestos, sem amor ao próximo,
Mas, diria Adriana, eu canto para quem?
E correria da janela do quarto até a janela do andar máximo.
Veria Frida e Almodovar, imitados por mais de cem.

Já é tarde, pense se deveria dormir.

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